sexta-feira, 5 de outubro de 2012

• Nouveau échec

Torre Oriente do C. C. Colombo, seis e meia da madrugada de um dia dito útil qualquer, das últimas três semanas nesta triste Lisboa do meu quotidiano viver.

Chego cedo ao meu novo local de trabalho. Numa corporação que é um gigante da informática japonesa. Que tem como um dos seus clientes outro grupo empresarial, que é uma das maiores gasolineiras francesas. Se não mesmo a maior de todas. Grupo qual eu devo servir, em nome de quem me paga, a tal entidade "big in Japan". E no mundo inteiro para onde se expandiu. Como a minha cidade natal.

Olho em contra-picado a fachada iluminada da imponente Torre, dando esta já claros sinais de actividade laboral intensa em alguns - não exactamente todos - dos seus pisos. Enquanto mais alguns ainda dormentes transeuntes se vão aproximando do seu vasto hall de entrada de um perfeito chão de mármore, para iniciarem as suas duras jornadas de trabalho.

Digo para mim que muitas horas de tantas existências individuais são imoladas ali naquele edifício pelo fogo de uma imaginária fogueira a que comunmente designamos de produtividade. Valor esse que quem está por dentro, como eu, sabe ser em bastas situações tão vão.

Falhei, mais uma vez este ano, em coadunar-me com as exigências dessa dita produtividade. Que raia o irracional, por vezes, a meu ver. Mas quem sou eu? Apenas mais um zé-ninguém que deve ter nascido na época errada da história da nossa humanidade. Talvez tal como o nosso bom Paul Lafargue...

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