domingo, 3 de janeiro de 2016

• Places to go before I die - IV

Eis a minha mui solene resolução de Ano Novo: se eu quisesse - e ainda por cima pudesse - desaparecer sozinho por este mundo fora, era para estas paragens que eu fugia. Para as ditas aldeias históricas de Shirakawa-go ou Gokayama, nos míticos Alpes japoneses.

Isto ao invés de correr para me alistar na gaulesa Legião Estrangeira, como soem fazer os desiludidos da vida, comme moi même.

Tentaria compartilhar o modo de vida ancestral que os nativos nipónicos daquele recanto rural e distante das grandes urbes têm. O que não seria nada fácil… Eu muito recentemente comprovei na pele - e numa estadia num bonito país nórdico que podia bem vir a ser uma nova pátria de acolhimento per me - que não aguento lá muito bem como eu julgaria com uma perna às costas climas bué da frios.

Não sei como se suporta o rigoroso inverno nas casas típicas desta região, com um estilo de construção antigo chamado de “gasshō-zukuri”, apesar dos seus grossos telhados de colmo. Mas isso seria a descobrir in loco. 

E se não desse para este latino sobreviver ali, trataria de zarpar sem grandes delongas para Okinawa, ainda no país do sol nascente. Ou mais para sul, para Bali.

É que, vejamos, aqui temos um dos locais do mundo onde cai mais neve. A coisa é mesmo à bruta! Devido à exposição natural destas montanhas aos ventos dominantes que sopram do lado da Sibéria e através do Mar do Japão.

Temos uma boa impressão da quantidade de neve que nestas paragens se acumula pelas célebres imagens que o gabinete oficial do turismo japonês, o JNTO, sempre divulga da famosa “Tateyama Kurobe alpine road”. Que quando aberta ao trânsito todos os anos só a partir do mês de Abril tem este aspecto mostrado na foto acima.

O que vale no meio de tanto frio é que esta zona das prefeituras de Gifu, Toyama e Ishikawa é também onde se encontram várias das belíssimas Onsen, ou para os que não sabem ainda, as estâncias de águas quentes termais japonesas.

Aqui é que seria uma grande pena desfrutar destas maravilhas sozinho... Seria até uma atracção turística a incluir numa eventual futura e idílica lua de mel. E quem eu queria a meu lado sei bem quem é!...E já que ela ama deslocar-se amiúde até à "sua" Lapónia, onde eu também amaria um dia ir... Isto não é de todo muito diferente.

Estas águas quentes termais estão muitas vezes associadas a uma espécie particular da fauna da região. Falo dos já muito conhecidos macacos japoneses que se deleitam nas pequenas lagoas de águas cálidas, em imagens sempre divulgadas em documentários sobre a vida animal. Mas temos por ali também uns bichos que amo muito: raposinhas. E não é exclusivamente por causa do Principezinho de Saint-Éxupéry!…

Rematando este post, aqui fica ainda uma imagem de um recanto da singela aldeia de Gokayama à noite, com as suas habitações iluminadas como num presépio de Natal. Um costumeiro postal do turismo nipónico, que me admiro como não tem muito mais visitantes nas suas estatísticas oficiais.

Por mim, o Japão, sobretudo no seu meio rural, deveria ser com toda a justiça divina o destino turístico número um mundial!..

2 comentários:

Marika Tettermann disse...

Muito bom! No entanto, comecando … agora!:)

Giuseppe Pietrini disse...

I'm glad you like it too, girl... ;-)